Artigo por: Ana Café
Psicóloga, Diretora do Núcleo Integrado e da Clínica Espaço Village.
O dia 08 de março foi marcado mundialmente como o dia no qual homenageamos e reconhecemos a importância e o valor da mulher no cenário politico, social e profissional.
A data é de suma importância para falarmos sobre questões que atingem, direta ou indiretamente, o universo feminino como um todo, sendo assim não podemos deixar de lado as questões relativas a qualidade de vida dessas.
Na luta por reconhecimento e por ganhar espaço num mercado que era estritamente masculino, a mulher vem perdendo ou se perdendo em questões fundamentais. Costumo dizer que estamos vivenciando uma fase que chamo de Construção do Universo Feminino.
Tenho tido a oportunidade de abordar este tema em empresas que constantemente, em função de data e da preocupação com a qualidade de vida de suas colaboradoras, fazem um planejamento contemplando a “semana da mulher” em homenagem ao dia 08 de março.
Invariavelmente os temas giram em torno da saúde física e emocional, filhos, família e sexualidade feminina.
Chegamos num lugar que precisamos resgatar a essência do feminino, da anima.
Estamos num processo de compreensão de que para ser empoderada a mulher tem outras especificidades e qualidades que, deveriam somar com as características e especificidades do universo masculino, e não, competir.
Com este cenário competitivo, no qual ainda precisamos brigar por um espaço, a mulher acabou abandonando estruturas de fundamental importância para a psique feminina e assumindo estruturas básicas da psique masculina, e com isso nos perdemos. Perdemos nossas identidade, nossa feminilidade e o que fundamenta a relação da mulher com a vida, que é a capacidade intrínseca de criar, gerar, cuidar e nutrir.
Se conscientemente levássemos essa capacidade para o universo do empreendedorismo, dos negócios, teríamos a possibilidade de espaços menos competitivos, menos violentos, mais harmoniosos. Nesse sentido a fusão homem e mulher ou Anima e Animus é fundamental para o resgate do ser no mundo, e para o resgate da mulher plena, realizada e consciente de seu papel social.
A sociedade se perdeu nos papéis que devem ser exercidos, a mulher ganhou um espaço enorme, mas não está feliz, não está saudável. E esse é um ponto de fundamental importância quando pensamos na qualidade de vida da mulher.
Precisamos crescer e não adoecer.