ISTO É Dinheiro – Por redação
Legalização da maconha fez surgir uma série de negócios lucrativos nos Estados Unidos, muitos deles com ações negociadas em boslas de valores
Indústria legal pode movimentar até US$ 30 bilhões por ano, mas taxas federais comem até 85% dos lucros dos negócios
Quatro Estados americanos e distrito federal (Washington DC) aprovaram leis que permitem o uso da maconha. Esse foi um incentivo e tanto para o surgimento de várias empresas, muitas delas com negócios em bolsa de valores.
São os casos da Medical Marijuana, que vale US$ 141 milhões, ou da Cannabis Science, cuja capitalização atinge US$ 57,4 milhões. De acordo com a Marijuana Policy Project, uma das associações que lutam pela liberalização da maconha para outros usos que não apenas o medicinal, o mercado pode chegar ao US$ 30 bilhões ao ano.
É um mercado bastante lucrativo, que significa metade do que movimenta a indústria legal do cigarro nos Estados Unidos. Mas impostos federais podem matar essa nascente indústria, diz uma reportagem do site Vox.
Segundo a publicação online, as drogas ainda são consideradas ilegais na legislação federal. E isso tem criado uma série de problemas para os negócios da cannabis, como é chamada cientificamente a maconha.
Um exemplo. Em razão de uma seção do código de impostos conhecida como 280E , muitos negócios legais são obrigados a pagar taxas, enquanto outros podem deduzi-los. Na prática, isso significa que 70% a 85% de seus lucros viram fumaça, o que é suficiente para tirá-los dos negócios.
“É basicamente um punhal na garganta de toda a indústria de cannabis legal”, disse Steve DeAngelo, cofundador da empresa californiana de maconha medicinal Harborside Health Center.
A seção 280E foi originalmente aprovada em 1982 com o objetivo de evitar que traficantes de drogas pudem deduzir despesas relacionandos com o tráfico. Mas, nos últimos anos, à medida que os negócios de maconha se legalizavam, ela tem servido para encher o cofre do governo dos EUA de dólares e ajudar a fechar vários negócios legais de maconha.
O empresário DeAngelo, por exemplo, acredita que isso pode ajudar o tráfico ilegal da maconha. Para lutar contra a taxa, muitos comerciantes sobem seus preços, que podem ficar mais altos do que os praticados pelos traficantes.
A National Cannabis Industry Association, que representa a indústria da maconha, apelou ao Congresso para isentar as empresas que operam legalmente.
Os defensores dessa isenção reconhecem que as chances de reforma ser aprovada são mínimas, especialmente em um Congresso controlado por políticos republicanos.