Ele esteve na moda, simbolizou sofisticação, charme, sucesso; até surfou na onda do esporte. Até o final dos anos de 1980, o cigarro estrelava comerciais de TV e era o queridinho de gerações que cresceram sob a sedução do tabaco. Com o tempo, fumar passou a figurar na lista de comportamentos antissociais. Ações de governo e campanhas educativas foram importantes medidas na redução do número de fumantes e evitaram que jovens, principalmente, acendessem o primeiro cigarro. Mas o tabagismo ainda é um grande problema de saúde pública, uma vez que não afeta somente os fumantes, mas todas as pessoas expostas ao tabaco.
O tabagismo está inserido na Classificação Internacional de Doenças (CID10) da Organização Mundial da Saúde (OMS), por ser reconhecido como uma enfermidade crônica gerada pela dependência à nicotina, sendo responsável por aproximadamente 5 milhões de mortes por ano. A doença é considerada a maior causa de morte evitável e de maior crescimento no mundo.
O cigarro, a forma mais conhecida e usada do tabaco, está relacionado a aproximadamente 40 doenças, correspondendo a 10% das doenças cardiovasculares, a 71% dos casos de câncer de pulmão e a 42% das doenças respiratórias crônicas. No Brasil, 13% de todas as mortes anuais são atribuídas ao tabagismo, o que corresponde a 130 mil mortes. Além disso, estima-se que o tabagismo esteja relacionado a 83% dos casos de câncer de laringe, 82% dos casos de câncer de pulmão, 73% dos casos de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e 28% dos casos de infarto agudo do miocárdio.
O consumo de produtos derivados do tabaco provoca danos à saúde humana e ao ambiente, além de prejudicar a saúde dos agricultores. Cabe a Vigilância Sanitária Municipal garantir a proibição do uso de produtos fumígenos (que podem ser fumados) em recinto coletivo fechado, assim como fazer o controle junto ao comércio de produtos derivados do tabaco.
A cada vez que traga o cigarro, o fumante ingere cerca de 4700 substâncias tóxicas, das quais três são extremamente nocivas: a nicotina, o monóxido de carbono, e o alcatrão. Pense nisso e apague essa ideia.
Quem assina a coluna é o Dr. Carlos Eduardo, cardiologista
Fonte: Jornal o Dia